Vacinação contra o HPV

03/12/2018 0 Por Carlos Joaquim
Cobertura vacinal do vírus do papiloma humano supera 90% no Algarve.
No âmbito das comemorações do décimo aniversário da integração da vacinação contra o vírus do papiloma humano (HPV) no Programa Nacional de Vacinação (PNV), assinalado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) a 5 de novembro, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve congratula-se pela boa adesão das raparigas e suas famílias à vacinação e que se reflete nas taxas de cobertura vacinal atualmente conseguidas, nomeadamente de cerca de 90% para a primeira dose e de 80% a 85% para a segunda dose.
No encontro comemorativo, organizado pela DGS e que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi salientado e louvado o trabalho desenvolvido pelos profissionais de saúde ao longo destes 10 anos, sem o qual não teria sido possível alcançar estes resultados.
A vacinação contra o vírus do papiloma humano, responsável por uma das infeções de transmissão sexual mais comuns em todo o mundo, iniciou-se em outubro de 2008, com a administração de três doses às raparigas com 13 anos de idade.
A vacina destina-se especificamente à prevenção de lesões pré-cancerosas e cancro do colo do útero e ainda da vulva, vagina e ânus. Previne ainda as verrugas genitais associadas aos genótipos contidos na vacina.
O cancro do colo do útero é o segundo tipo de cancro mais frequente na mulher e, em quase 100% dos casos, está relacionado com uma infeção anterior por vírus do papiloma humano.

Em janeiro de 2009 iniciou-se simultaneamente uma campanha nacional de vacinação destinada às jovens nascidas em 1992, 1993 e 1994, e que foram vacinadas respetivamente em 2009, 2010 e 2011. A vacina utilizada era uma vacina quadrivalente (HPV4), que conferia proteção contra quatro serotipos do vírus, dois dos quais os mais associados ao cancro do colo do útero.
Em 2014, a vacina HPV passou a ser recomendada no âmbito do PNV às raparigas dos 10 aos 13 anos de idade e num esquema de duas doses.
Entretanto, a evolução tecnológica, permitiu colocar no mercado uma vacina HPV nonavalente (HPV9), que passou a conferir proteção contra nove serotipos do vírus, o que aumentou a proteção para cerca de 90% dos tipos de vírus do papiloma humano associados ao cancro do colo do útero e contra outros cancros anogenitais.
A vacina HPV9 foi introduzida em 2017 no PNV para administração às raparigas de dez anos de idade, de forma a otimizar o seu grau de proteção.
A vacinação contra o vírus do papiloma humano e o rastreio regular do cancro do colo do útero em todas as mulheres permitem prevenir e intervir precocemente no desenvolvimento do cancro do colo do útero.