
Moçambique | Nyusi empossa seu 1º Parlamento com 103 novos deputados da Frelimo e Esperança Bias como presidente
Filipe Jacinto Nyusi vai empossar nesta segunda-feira (13) o primeiro Parlamento verdadeiramente seu. “A nossa maioria numérica na Assembleia da República em si não nos deve confortar totalmente, não nos devemos impor pelo voto maioritário, devemos convencer, devemos ganhar o debate político” disse o presidente do partido Frelimo cuja bancada tem 103 novos deputados sem experiência política, um novo líder parlamentar e pretende que a “Casa do Povo” continue a ser dirigida por uma mulher: Esperança Bias.
Confirmado como líder com a segunda mais expressiva vitória eleitoral em Moçambique Filipe Nyusi está a moldar o partido que dirige, desde 2014, à sua imagem promovendo uma grande mudança na bancada parlamentar do partido que vai ser empossada para a IX Legislatura, dentre os 184 deputados que conseguiu eleger 103 são estreantes.
A principal mudança de Nyusi é na presidência da Assembleia da República para onde indicou a economista Esperança Laurinda Francisco Nhiuane Bias para substituir Verónica Macamo, que havia herdado de Armando Guebuza e que ficará na história como a 1º mulher a dirigir o Parlamento moçambicano.
Em ascensão dentro do partido Frelimo desde que Filipe Nyusi tornou-se presidente Esperança Bias tem sido uma ilustre expectadora no Parlamento desde que deixou o ministério dos Recursos Minerais, onde foi vice-ministra entre 1999 e 2005 e ministra entre 2005 e 2015, onde só começou a ter visibilidade no início de 2019 quando passou a liderar a Comissão do Plano e Orçamento, ocupando o lugar deixado vago por Eneas Comiche que entretanto foi eleito edil da Cidade de Maputo, porém numa altura em que o Orçamento de Estado já estava aprovado.
Mas o “reinado” feminino da Assembleia da República parece ter terminado pois Filipe Nyusi tirou Margarida Talapa da liderança da bancada parlamentar, no cargo desde 2010, e indicou por Sérgio Pantie para o cargo, que era vice desde 2015 e ascendeu na importante Comissão Política.
Outra mulher que não deve continuar na liderança parlamentar é Maria Ivone Soares que desde a ascenção de Ossufo Momade como presidente do partido Renamo tem perdido algum espaço político e não deve continuar à frente da bancada da maior força de oposição que na IX Legislatura que está reduzida a 60 deputados, dentre ele apenas 26 caras novas.
A minúscula bancada do Movimento Democrático de Moçambique não tem nenhum mulher. Dos seis deputados dois são estreantes na Assembleia da República.