Moçambique | Crise das dívidas ilegais aumentou a pobreza em Moçambique, segundo estudo da UNU Wider

Moçambique | Crise das dívidas ilegais aumentou a pobreza em Moçambique, segundo estudo da UNU Wider

17/07/2019 0 Por Carlos Joaquim
A crise económica e financeira que Moçambique enfrenta, precipitada pela descoberta das dívidas ilegais, aumentou a pobreza segundo um estudo do Instituto para Pesquisa sobre Desenvolvimento Económico da Universidade das Nações Unidas (UNU – WIDER). “Estimamos que o custo de compra da cesta básica refletidas nas linhas de pobreza pode ter aumentado entre 55 por cento e 70 por cento entre 2014/15 e Dezembro de 2016, superando a inflação registada no período. Esse aumento atingiu todas as áreas do país”.
Tendo como referência a 4ª Avaliação Nacional da Pobreza, baseada nos dados do Inquérito aos Agregados Familiares sobre Orçamento Familiar (IOF) 2014/15, que mostrou que a incidência da pobreza reduzira de 54,7 por cento em 2008 para 49,2 por cento da população moçambicana os académicos do UNU-WIDER analisaram que impacto a crise económica que Moçambique vive desde a desde a descoberta dos empréstimos ilegais das empresas Proindicus e MAM teve.
“A crise económica pode ter revertido essa tendência positiva e pode ter levado muitas famílias a um estado de pobreza. De facto, é mais provável que o maior efeito da crise económica em grande parte da população tenha sido o aumento dos preços dos bens importados, devido à rápida e significativa desvalorização da moeda nacional, que fez os preços internos subirem em 30 a 40 pontos percentuais entre Agosto de 2014 e Dezembro de 2016”, indica o documento tornado público na semana passada.
Os académicos do UNU-WIDER corroboraram as constatações que o @Verdade, analisando os Índices de Preços no Consumidor compilados pelo Instituto Nacional de Estatística, revelou. Em Outubro de 2016 o preço da comida, grande parte importada, tinha aumentado 46,56 por cento, comparando a Dezembro de 2015. “Os preços dos alimentos, especialmente os de alimentos básicos, aumentaram muito mais do que os preços não alimentares, o que pode ter afetado desproporcionalmente as famílias mais pobres e mais vulneráveis”, pode-se ler no estudo.