Opinião | Reconciliação impossível

Opinião | Reconciliação impossível

11/06/2019 0 Por Carlos Joaquim
São Tomás de Aquino ensina que nada chega à inteligência humana sem antes passar pelos sentidos. Com efeito, a criação reflete as infinitas perfeições de Deus. Pela contemplação devemos procurar compreender as perfeições postas em cada coisa criada. No artigo anterior eu havia dado o exemplo do que uma águia, por tudo aquilo que simboliza, é capaz de nos ensinar.
Hoje, com mais um texto das Escrituras, cuja linguagem vem sempre revestida de múltiplos e ricos significados e com as luzes do Espírito Santo, espero retirar alguns ensinamentos ao mesmo tempo nobres e benfazejos que possam ser úteis a todos nós. Nobres, pelo fato de saírem dos lábios divinos do Salvador; benfazejos, porque trazem expressiva lição para a vida dos homens.
O texto escolhido é o que segue:
“Não lanceis aos cães as coisas santas, não atireis aos porcos as vossas pérolas, para que não as calquem com os seus pés, e, voltando-se contra vós, vos despedacem”. (Mt 7, 6).
Se Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida, não há outro meio senão imitar os seus divinos exemplos e pôr os nossos pés nas suas pegadas cheias de luz e beleza. Se somos verdadeiramente cristãos, devemos ser imitadores e seguidores de Cristo.
O sacerdote tem uma vocação sublime neste Vale de Lágrimas, não podendo subtrair — e muito menos ocultar — a missão salvadora de Cristo, o ideal a ser seguido. Quando Jesus nos ensina o mandamento de amar os inimigos — perseguidores e caluniadores — não nos aconselha a lhes comunicar os bens espirituais indistintamente no que se refere à fé, pois eles são indignos.