Investigação | Equipa da FCTUC identifica processo chave na clonagem de plantas
A clonagem de plantas através de embriogénese somática – ferramenta para a rápida clonagem de espécies – apresenta-se como uma técnica muito promissora mas a sua aplicação em larga escala ainda não é possível em muitas espécies com interesse económico e florestal, sobretudo em plantas lenhosas (árvores e arbustos).
Um estudo liderado pelo Laboratório de Biotecnologia do Centro de Ecologia Funcional do Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), e publicado na revista científica Frontiers in Plant Science, deu mais um passo na complexa tarefa de perceber o que acontece no processo de clonagem in vitro por embriogénese somática (capacidade que de obtenção de plantas a partir de embriões que não têm origem na reprodução sexuada, mas sim em células do corpo), de forma a permitir a exploração comercial da técnica.
Usando como modelo o tamarilho, uma espécie arbórea da família do tomateiro e da batateira, com elevada capacidade de regeneração e interesse comercial, os investigadores descobriram que uma proteína, designada NEP-TC, assume um papel fundamental neste método de clonagem ao regular alterações do RNA, material genético que medeia a síntese proteica, influenciando assim as taxas de propagação.
A informação agora obtida, após um longo estudo que se iniciou há vários anos sob coordenação do professor Jorge Canhoto, representa «uma importante peça do intricado puzzle que controla a clonagem de plantas. Identificámos um dos caminhos de um imenso labirinto de vias e interações que ocorrem neste sistema de propagação», afirmaSandra Correia, investigadora do projeto.