Projecto dividido em quatro rotas temáticas | AUTARQUIA PAIVENSE APRESENTOU ROTA DOS OFICIOS PARA DIVULGAR SABERES, TRADIÇÕES E CULTURA
Gonçalo Rocha realçou importância da valorização turística
Apresentando-se como um território rico em saberes, tradições e cultura, o concelho de Castelo de Paiva que valorizar a Rota dos Ofícios Tradicionais da Terra de Payva,um projecto promovido pela edilidade paivense e pela ADRIMAG, que foi dado a conhecer na tarde de Sábado, numa apresentação oficial que decorreu no espaço doCentro de Interpretação da Cultura Local, e que contou com a presença do presidenteGonçalo Rocha, entre outros responsáveis municipais, alguns artesãos locais, e a empresaAproplan, Ldª – arquitectura paisagista, que esteve na cerimónia a explicar esta aposta turística em terras de Paiva.
Enquanto a vereadora do Turismo, Paula Melo, realçou a importância que este projecto vai ter para a dinâmica turística que se deseja para o concelho, o vereador José Manuel Carvalho falou no inicio do projecto, nos objectivos definidos para a implantação desta Rota dos Ofícios e na forma como será dinamizada no território, sabendo-se que, nesse domínio, haverá uma intervenção permanente da Loja Interactiva de Turismo, que vai disponibilizar apoio e ajuda na marcação de visitas e a adequada orientação aos artesãos sinalizados.
Por parte da empresa projectista Aproplan, liderada por jovens paivenses, as explicações sobre este projecto turístico foram dadas por Joni Vieira, que se referiu aos detalhes que marcam a diferença num projecto ambicioso, que pode atrair visitantes ao território, promovendo artes e saberes que estavam no esquecimento, dando pormenores importantes acerca de como foram privilegiadas estas quatro rotas temáticas e como podem ser uma mais valia para o concelho, enquanto o autarca Gonçalo Rochaevidenciou o seu contentamento pela concretização deste projecto, que disse esperar que tenha um impacto positivo no turismo local, potenciando outras dinâmicas e projectando ainda mais o concelho.
O presidente da Câmara Municipal de Castelo de Paiva lembra que é deste conjunto de pessoas e artes que nasce agora a Rota dos Ofícios Tradicionais da Terra de Payva,que será dividida em quatro rotas temáticas ( Rota da Madeira e Outros, Rota do Metal e das Pedras, Rota dos Tecidos e Calçado e Rota da Gastronomia ) potenciando a visita aos ofícios tradicionais da região e a conhecer as pessoas e os processos que estão na sua origem, contribuindo para manterem viva a tradição e cultura paivenses.
O edil paivense agradeceu a todos os que se empenharam na concretização deste projecto, e recordou que, ao longo dos tempos, os paivenses apropriaram-se da paisagem, adaptaram-se ao seu ritmo e desenvolveram artes, ofícios e culturas que foram sustentando o desenvolvimento desta comunidade, sendo que, até um passado bastante recente, antes da generalização da tecnologia e da industrialização do concelho, a população local fazia a sua vida sustentada nos ofícios tradicionais, que podem agora ser apreciados por quem nos visita, num contacto directo, que se deseja saudável e enriquecedor.
E são esses ofícios tradicionais que vão poder divulgados e visitados, valorizando-se os mais relevantes e aqueles que se vão mantendo ao longo dos anos, como a arte de trabalhar o cobre, a cestaria tradicional, a tecelagem em teares tradicionais, nomeadamente artesanais em madeira e em pedra de xisto, e ainda, a moagem tradicional, com aproveitamento dos recursos hídricos.
Recorde-se que, este é um projecto promovido pela Câmara Municipal e pelaADRIMAG, financiado pelo Norte2020, desenvolvido por uma equipa de jovens paivenses e inclui brochuras, sinalética e uma aplicação móvel para guiar todos quantos queiram conhecer os nossos ofícios mais tradicionais como a arte de trabalhar o cobre, a cestaria tradicional, a tecelagem em teares, artesanato em madeira e em pedra de xisto, e ainda, a moagem tradicional.
Mas existem outros ofícios de referência no concelho, como o famoso ferreiro da Cêpa em Fornos, que ainda trabalha com mais de 85 anos, o Sr. Constantino Ferreira, de Sardoura, provavelmente o barbeiro mais velho do país em actividade que, com 92 anos de idade, fez questão de estar na cerimónia de apresentação, a barbearia Camelolocalizada numa emblemática rua da vila, ou mesmo o Sr. Fernando Falcão, fabricante de redes de pesca artesanais, tal como o Sr. António de Cerdeira, sapateiro de Sardoura, todos eles desenvolvendo ofícios que estavam intimamente relacionados com o carácter rural da região, bem como com a agricultura, tendo outrora desempenhado um papel crucial na economia local.
Actualmente, grande parte destes ofícios, perdeu a sua importância na economia local, sendo mantidos pelos seus promotores apenas por gosto pela arte, mas há contudo, exemplos de empreendedorismo e dinâmicas de negócio criadas a partir dos ofícios tradicionais, nomeadamente no trabalho manual e artístico do cobre, uma indústria artesanal que tem bastante expressão na freguesia de S. Martinho.
Apesar de as rotas estarem agrupadas por temáticas, é possível visitar de forma independente cada artesão, sendo que as rotas foram desenvolvidas para serem visitadas de carro, e na informação de cada artesão poderá encontrar as coordenadas GPS da sua localização, para que mais facilmente encontre o que pretende, devendo contactar o Posto de Turismo para qualquer informação adicional, através do 255 689500.