O Aves pôs mais um prego na crise do Sporting
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David Dinis, Director
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Bom dia!
Vamos às últimas notícias?
Maduro foi reeleito presidente da Venezuela, entre uma abstenção recorde, a mais baixa desde 1998, e acusações de irregularidades. Henri Falcón, o principal opositor, não reconhece os resultados.
A América e a China chegaram a meio acordo: “Estamos a suspender a guerra comercial. Acordámos, nesta altura, suspender as taxas, enquanto tentamos realizar um novo plano” de trabalho para um acordo comercial mais vasto, declarou o secretário do Tesouro dos EUA. O porquê está aqui explicado.
Trump pediu uma investigação ao FBI. O Presidente quer que o departamento de Justiça verifique se o FBI se infiltrou na sua campanha, a pedido da administração Obama, no dia em que se apontou uma data para o final do inquérito à interferência russa nas últimas eleições: a 1 de Setembro, Robert Mueller espera ter uma primeira conclusão.
O Irão pôs o destino do acordo nuclear nas mãos da UE. No final de reuniões com o comissário europeu da Energia, os responsáveis iranianos foram claros: ou Bruxelas encontra uma forma de contornar as sanções americanas, ou o Irão “terá luz verde para fazer o que quiser”.
O que marca o dia
A Taça foi mais um prego na crise do Sporting. O Desportivo das Aves regressou ao convívio com os “grandes” esta temporada. Poucos apostariam no seu sucesso, mas garantiu a manutenção já no capítulo final. Chegou pela primeira vez ao Jamor, planeou a partida com serenidade, sem grandes atenções. Bateu o pé ao Sporting com mérito (2-1) e tornou-se na 13.ª equipa a festejar uma Taça de Portugal. A crónica da vitória do Aves podia ser a prova viva de que a Taça é uma caixinha de surpresas, mas a história da última semana mostra muito para além desse mérito: a imagem do Sporting no olho do furacão, entre as lágrimas de Jesus, o desalento dos jogadores e o regresso dos insultos aos futebolistas. Depois do que aconteceu ontem, o clube já nem tem garantida a ida à Liga Europa. Depois de tudo o que aconteceu, sobra “uma perguntinha a Bruno (e outra aos políticos)” – que é o título do meu Editorial de hoje.
Outras notícias? Destaco-lhe estas:
O regulador da Saúde tem 58 pessoas para fiscalizar 27 mil estabelecimentos. E tem 27 lugares por preencher desde Outubro, por causa de uma assinatura das Finanças.
As subvenções a privados valem 5% da despesa pública, conta o Negócios, sublinhando que a acção social é a área com maior investimento.
Um terço dos municípios só paga a mais de um mês, anota o JN, numa actualização de dados.
A câmara de Castelo Branco contratou empresas da família do presidente – demonstra o José António Cerejo, em mais uma investigação com a marca PÚBLICO. “Não me apercebi”, foi um “lapso evidente e ostensivo”, diz agora o autarca. O caso pode ditar a perda de mandato.
António Costa comprou casa no Rato e vendeu-a pelo dobro 10 meses depois, noticia o Observador.
Sócrates demarcou-se de Costa: “Eu não estava no camarote do BES”, disse num almoço com apoiantes.
Ler mais devagar
1. Futebol: como o jogo mais bonito ficou tão feio. Miguel Poiares Maduro foi presidente do Comité de Governação da FIFA, criado para reformar e reforçar a transparência deste organismo na sequência de vários casos de corrupção. Há uns meses saiu, afirmando que este organismo “não está preparado para um escrutínio independente”. Este domingo, aqui no PÚBLICO, pegou na crise do Sporting, no clima que se vive no futebol nacional e internacional e escreveu um ensaio contra o cartel do futebol, que termina com várias recomendações ao poder político. Estará alguém a ouvi-lo?
2. Uma Itália à moda de Putin e Trump? O “contrato de governo” firmado entre o Movimento 5 Estrelas e a Liga anuncia o governo italiano “mais à direita e mais nacionalista” desde 1945. E também eurocéptico. Nas negociações, Matteo Salvini e a Liga impuseram os traços fundamentais do programa que, hoje, vai ser apresentado a Sergio Mattarella. O Presidente poderá aceitar uma aliança tão instável? – questiona o Jorge Almeida Fernandes, no seu Ponto de Vista. Sobre Itália, leia também a síntese do acordo de governo eurocéptico, anti-imigração e securitário, traçada pela Sofia Lorena. E também a opinião da Teresa de Sousa (“Finalmente, um tiro no porta-aviões”) e do Ricardo Cabral (sobre “a ‘proposta italiana’ de reestruturação de dívida”).
3. As 5 questões de consciência que dão dinâmica à “geringonça”. Enquanto uns temas se aproximam das decisões finais, outros tentam trilhar um caminho que os leve ao Parlamento. Os próximos meses prometem muita discussão em torno de direitos individuais, que a maioria de esquerda tem mantido na agenda. A Maria Lopes e a Natália Faria falaram com protagonistas do debate e fazem o ponto da situação de cinco questões controversas que estão em cima da mesa: eutanásia, descriminalização da prostituição, gestação de substituição cannabis terapêutica e identidade de género. Na capa do P2.
4. Quem foram os vencedores de Cannes (e mereceram?). Ninguém melhor do que o Vasco Câmara para nos dizer, ele que acompanhou tudo ao detalhe, até ao anúncio do palmarés. Afinal, Vasco, foi bonita a festa?
Hoje na agenda
Por cá, António Costa inicia uma visita à Madeira, Marcelo vai a um encontro de reitores ibéricos em Salamanca (onde estará com o Rei). Isto enquanto Rui Rio se dedica à Justiça, em Coimbra, e todos esperamos o anúncio do Prémio Camões, mais ao final da tarde.
Lá por fora, a administração americana vai explicar qual é o seu plano B para lidar com o Irão. Enquanto em Itália o presidente Sergio Mattarella recebe os líderes do 5 Estrelas e da Liga Norte, que lhe apresentarão o nome do primeiro-ministro que escolheram.
Se estiver a pensar que é segunda-feira – e que vem aí uma longa semana – o melhor que lhe consigo fazer é deixar esta recomendação do Mário Lopes: “Viver é uma tarefa difícil, mas os Parkinsons sabem fazê-lo”. Vamos tentar?
Até amanhã!