Bruno de Carvalho afirmou esta quinta-feira, em Alvalade, que não haverá demissão. “Não nos vamos demitir”, afirmou o presidente do Sporting.
Os membros da Mesa da Assembleia Geral demitiram-se em bloco e parte dos elementos do Conselho Fiscal também renunciaram, mas tal facto por si não implica a queda do Conselho Diretivo, que hoje recebeu pressões vindas de vários quadrantes para apresentar a demissão. Álvaro Sobrinho, patrão da Holdimo, detentora de 30% das ações da SAD do Sporting, pediu a demissão da direção.
A polémica que envolve o Sporting agravou-se nos últimos dias, depois da derrota da equipa de futebol no domingo, no último jogo da I Liga de futebol, frente ao Marítimo, que fez o clube de Alvalade perder o segundo lugar para o Benfica.
Antes do primeiro treino para a final da Taça de Portugal, que vai disputar com o Desportivo das Aves, a equipa de futebol foi atacada na Academia Sporting, em Alcochete, na terça-feira, por um grupo de cerca de 50 alegados adeptos encapuzados, que agrediram técnicos e jogadores.
A GNR deteve 23 dos atacantes e as reações de condenação do ataque foram generalizadas e abrangeram o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e o primeiro-ministro, António Costa.
Face às críticas, Bruno de Carvalho negou hoje, em comunicado enviado à Lusa, qualquer responsabilidade pelo ataque na academia, rejeitou demitir-se da presidência do Sporting e anunciou que vai processar Ferro Rodrigues, bem como comentadores e jornalistas por o terem “difamado e caluniado” após os atos de violência em Alcochete.
O médico Eduardo Barroso, antigo presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting e o mais acérrimo defensor de Bruno de Carvalho, revelou entretanto numa entrevista à SIC Notícias esta quinta-feira que o presidente dos leões deve deixar o cargo.
“Neste momento o Sporting precisa de alguém que consiga sarar as feridas. Bruno de Carvalho fez um trabalho notável, a nível da reestruturação financeira e da recuperação do clube. Mas neste momento não tem condições para continuar. Mas acho que deve ser ele a fazer a sua análise e a decidir junto da mulher e dos amigos mais próximos. Se pode sair com dignidade? Acho que pode sair com dignidade”, referiu Eduardo Barroso, lembrando que é amigo do líder leonino e da sua família.