O QUE REALMENTE É VAIDADE

11/12/2015 2 Por Carlos Joaquim
Em primeiro lugar vamos ver o que significa
vaidade na nossa língua portuguesa: Vaidade, segundo o dicionário Aurélio, é a
qualidade daquilo que é vão (fútil, insignificante, que só existe na fantasia,
falso, ilusório e inútil), pode ser também um desejo imoderado de atrair a
admiração; presunção.
A vaidade é definida, entre outras
coisas, como o excessivo desejo por merecer a admiração dos outros (Aurélio).
Os dicionários dizem ainda que o vaidoso é presunçoso (convencido), orgulho
excessivo, arrogância e fútil (sem seriedade).
A vaidade consiste em uma estima exagerada
de si mesmo, uma afirmação snobe da própria identidade. Para alguns, a vaidade
é mais utilizada hoje para estética, visual e aparência da própria pessoa.
 “Precisamos estudar a palavra “vaidade” no
original hebraico e grego, compararmos as várias vezes em que ela é usada na
Escritura e qual o verdadeiro sentido que esse vocábulo possuía nos tempos
antigos.
Vaidade no hebraico advém de duas
palavras. Habel, shav, que significa vazio e oco. Seu uso no Antigo Testamento
estava relacionado ao abandono do único Deus verdadeiro e à busca de ídolos que
não podiam satisfazer às necessidades de Israel pelo simples facto de não
existirem. Adorar ídolos os tornou-se sinónimo de vaidade, pois era como se o
povo israelita estivesse buscando ajuda no vazio.
No grego, vaidade é representada pelo
substantivo mataiotes e também significa vazio. Não há qualquer relação entre
vaidade e o uso de jóia, roupas ou ornamentos. Seu significado, em primeiro
lugar, refere-se ao mundo criado que, no pecado e sem preencher o propósito
inicial para qual foi criado, tornou-se vazio.
“Porque a criação ficou sujeita à
vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou” (Rm 8.20).
Vaidade no gr. mataiotes é também usado
por Paulo para expor a forma de pensar e o estilo de vida dos gentios que não
agradam a Deus: “Isto, portanto, digo e no Senhor testifico, que não mais
andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos”
(Ef 4.17).
Vaidade no gr. mataiotes, também podia
denotar as palavras impressionantes, mas vazia, de falsos mestres que muito
falam, mas não possuem conteúdo nenhum: “Porquanto, proferindo palavras
jactanciosas de vaidade, engodam com paixões carnais, por suas libertinagens,
aqueles que estavam prestes a fugir dos que andam no erro”(2ª Pe 2.18).
Vaidade no hebraico awv – shav
significa: falsidade; vazio de fala, mentira; inutilidade.
A palavra vaidade quando refere-se ao
sopro (vida), a enfermidade, algo vazio. Salomão também usa a palavra vaidade
nesse sentido de algo vazio, oco. “Vaidade de vaidade! Diz o pregador; vaidade
de vaidade! Tudo é vaidade” (Ec 1.2).
Vaidade é colocar esperança naquilo que
é vão, passageiro, perecível. Neste mundo tudo é passageiro e ninguém leva nada
daqui. Por isto Salomão diz: “tudo é vaidade”. A vida só deixa de ser vaidade
quando entregamos a nossa vida a Deus e o servimos de todo coração. Tudo que o
homem faz sem dedicar a Deus ou não um alvo que é Cristo é vaidade, ou seja,
vazio [GONDIM – É proibido – P. 67-70].
A palavra “vaidade” não é um termo que
descreve uma pessoa cuidadosa vestida ou de adornos no corpo; pelo contrário,
esse vocábulo valoriza-se ao modo de viver.
“Todas as coisas são puras para os
puros; todavia, para os impuros e descrentes, nada é puro. Porque tanto a mente
como a consciência deles estão corrompidas” (Tt 1.15).
Paulo as coisas importantes são aquelas
que não vêem, pois tudo o que os nossos olhos contemplam um dia passará. Sendo
assim, para o apóstolo o que é finito deveria ser considerado vaidade: “Não
atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem são temporais, e
as que se não se vêem” (2ª Co 4.8).

Fazendo uma avaliação sobre alguns
costumes do ser humano constatamos de que tudo que é bom, é considerado errado,
ou pecado. Notamos que as pessoas julgam as outras e não olham para dentro de
si. Avaliam um comportamento e julgam-no achando que este está errado, mas
fazem isso, sem base nenhuma. Se alguém não gosta e não quer tal costume, então
fala mal e cria uma regra como se fosse uma doutrina infalível. Muitas vezes,
quando julgamos nosso próximo por causa da sua postura exterior, podemos estar
julgando mal. O ser humano não tem condições de conhecer o coração das pessoas.
Uma pessoa pode aparentar santa, mas seu coração pode estar longe de Deus.
É um exercício inútil julgar uma pessoa
pela sua maneira de vestir, porquanto o profeta Jeremias nos afirma que
“Enganoso é o coração, mais do que todas as cousas, e desesperadamente
corrupto, quem conhecerá?” (Jr 17.9).
Julgar sobre quais vestimentas são ou
não “vaidosas” leva-nos a um nível de legalismo sufocante e criminoso. O líder
deve se preocupar com as vestes sensuais e que venham desonrar a quem usa, mas
julgar alguém e dizer que é mundano pelas vestes, caímos da graça do Senhor.
Não seria o uso da gravata uma vaidade?
A gravata surgiu em culturas de clima frio como uma espécie de cachecol que
esquentava o pescoço. Entretanto, ao ser estilizada e aperfeiçoada a ponto de
perder sua função inicial, foi lançada na moda masculina e tornou-se mero
adorno no pescoço dos homens. Principalmente dos políticos autoridades e dos
pastores.
Assim, aprendemos que vaidade é objectivamente
descrita como sentido de vazio, inutilidade e falta de consistência. Todas as
vezes que buscarmos nossa identidade no que for irreal, estamos sendo vaidosos.
A vaidade no contexto pseudocristão é
muito crucial, porém na verdade não destingimos a vaidade no sentido de pecado.
Por exemplo: Apreciar aplausos. Apreciar elogios demasiados. Gostam de ser
elogiados e sentem-se orgulhosos.
Usar a questão de usos e costumes e
dizer que as pessoas que usam adornos e roupas da moda amam o mundo significa
confundir a real acepção que a Bíblia atribui ao vocábulo “mundo”.
Outro dia ouvi uma frase aparentemente
medíocre, mas que na verdade expressa o que muitos “cristãos” tem sido: “por
fora bela viola, mas por dentro pão bolorento”,
ou seja, por fora há boa
aparência, parece que tudo está bem, mas na verdade por dentro não há vida, mas
podridão, presunção e orgulho. O ser humano está mais preocupado com o
aparente, com a sua imagem e reputação sempre mostrando uma atitude hipócrita e
orgulhosa diante das pessoas, e acabam julgando os outros por aquilo que eles
mesmos são.
Mas quem é o orgulhoso? É o soberbo, o
insolente, arrogante, desdenhoso, presunçoso, presumido e auto-suficiente.
Ser quebrantado e humilde não significa
ter um semblante triste, melancólico, abatido; nunca sorrir e só chorar.
Tudo o que sou e tudo o que falo e penso
brotam do meu coração
. O que sai da minha boca reflecte como é meu coração. (identifico-me com esta máxima).
Não gostamos de admitir, mas o que
dizemos é o que somos por dentro. O facto é que o que dizemos sempre revelará o
que há em nosso coração.
Fonte desconhecida