Covid-19 muda perceção dos gestores portugueses sobre Governo, negócios e Media

Covid-19 muda perceção dos gestores portugueses sobre Governo, negócios e Media

26/06/2020 0 Por Carlos Joaquim
Maioria dos gestores de topo acredita no regresso à normalidade da atividade económica no espaço de um ano; Serviços de Saúde, Forças de Segurança e Governo destacam-se pela positiva na gestão da crise pandémica; Presidente da República viu pouco valorizada a sua atuação; Retalho alimentar reconhecido como um dos setores que mais contribui positivamente na gestão da crise; A Banca, por contraponto, recebe avaliação negativa dos líderes corporativos.
Já são conhecidos os resultados do Barómetro Rep.Circle “Covid-19: A perceção do Top Management em Portugal”, que o centro de conhecimento lançou para avaliar o impacto da Covid-19 na reputação das empresas que operam em Portugal. Esta iniciativa do Rep.Circle, a plataforma criada pela Lift Consulting para promover a reputação corporativa, contou com a colaboração de elementos das administrações de topo e das primeiras linhas das principais empresas a operar no nosso país, que foram convidados a refletir sobre a forma como gerem o dia a dia das suas organizações no contexto globalmente adverso provocado pela pandemia.
A primeira grande conclusão deste trabalho é que única certeza é a incerteza. Com 65,5% dos entrevistados a não conseguir definir se está pessimista ou otimista em relação à situação económica pós-Covid-19, a unanimidade está no impacto negativo na economia portuguesa. Ainda assim, é de salientar que 45,7% dos entrevistados diz acreditar que, apesar da lenta atividade económica, a sua empresa terá superado a contração até ao final do próximo ano, havendo ainda uma fatia significativa dos executivos (37,9%) convicta de que o retorno à normalidade se fará já em 2020. Apenas 5% não prevê uma recuperação económica da sua empresa antes de 2022.
O estudo quis ainda perceber que entidades se destacaram na gestão da crise pandémica, uma questão que realçou, pela positiva, o papel dos serviços de saúde (63,4%), os verdadeiros heróis do país e do mundo. As forças de segurança (57,8%) e o Governo (52,1%) completam o top 3 das perceções positivas, deixando para o fim da tabela o Presidente da República, que apenas viu valorizada a sua atuação por 23,1% dos gestores portugueses.
Com uma avaliação em causa própria, a maioria dos entrevistados acredita que o comportamento das empresas tem correspondido às expetativas, com o retalho alimentar a ser altamente reconhecido por 87,8% da amostra, com a Sonae, Jerónimo Martins e Lidl a se destacarem nas referências espontâneas. Por contraponto, a Banca, um setor essencial à superação do período de adversidade, apenas é referida positivamente por 21,4% dos entrevistados e negativamente por 78,6%.
No topo das preocupações internas dos executivos estão as iniciativas corporativas que permitem manter os colaboradores, apesar da desaceleração da atividade económica (80,8%), bem como a promoção do teletrabalho (78,2%).
A antevisão da normalidade implica, porém, a mudança de alguns investimentos e a adaptação das empresas à realidade do país. Uma realidade que antecipa cortes nos próximos seis meses nos ‘Recursos Humanos’ (31,4%) e no ‘Investimento em Comunicação’ (26,8%), por oposição a um reforço de 18,7% em ‘Tecnologia’.
Mais em https://aveiro123.blogspot.com/2020/06/covid-19-muda-percecao-dos-gestores.html