Moda ou ciência, o que é e para que serve o Mindfulness?

Moda ou ciência, o que é e para que serve o Mindfulness?

10/02/2020 0 Por Carlos Joaquim
Nas últimas décadas, a prática de mindfulness (atenção plena) tem vindo a ganhar terreno um pouco por todo o mundo, nos mais diversos contextos. Por exemplo, gigantes tecnológicas como a Google e a Apple têm programas internos de mindfulness para os seus gestores e funcionários, reconhecendo a sua eficácia no aumento da produtividade.
Em Portugal, apesar de já ser prática adotada na saúde e na educação, ainda há desconhecimento e muita resistência em reconhecer os reais benefícios desta abordagem. Para contrariar esta tendência e mostrar o trabalho científico que é realizado no país, a Associação Portuguesa para o Mindfulness (APM), em conjunto com o Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental da Universidade de Coimbra (CINEICC) e a Associação Mentes Sorridentes, vai realizar, pela primeira vez, um encontro que permita a partilha de conhecimentos e de experiências de aplicação de mindfulness e compaixão.
As “I Jornadas de Mindfulness e Compaixão” vão decorrer, nos dias 14 e 15 de fevereiro, no auditório do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC). Ao longo dos dois dias, os cerca de 200 participantes vão conhecer os resultados de vários projetos em curso, sobretudo em quatro grandes áreas: educação, saúde, desenvolvimento pessoal e organizações.
Na área da educação, vão ser apresentados cinco projetos que estão no terreno, em locais tão diferentes como Lisboa, Coimbra ou Leiria. Um deles é o projeto “Mentes Sorridentes”, implementado por uma associação de professores, primeiro em Loures, e posteriormente em várias zonas do país, tendo revelado resultados muito positivos não só nos professores, mas também nos alunos e na própria vida da escola.
«Nos professores, notou-se uma diminuição do stress, da ansiedade e do burnout (esgotamento profissional); nas crianças aumentou a satisfação com a vida e observou-se a melhoria da sua participação e rendimento escolar, assim como a diminuição de ansiedade», concretiza José Pinto Gouveia, professor catedrático da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra e coordenador científico das jornadas.
Outro dos estudos que vai ser apresentado é o designado “As escolas compassivas”, que decorreu em Coimbra, focado no desenvolvimento de algumas competências de mindfulness, mas essencialmente na compaixão, que mostrou ter contribuído bastante para a promoção do bem-estar psicológico e físico dos professores.