Ganhava as batalhas com os olhos

Ganhava as batalhas com os olhos

21/03/2019 0 Por Carlos Joaquim
Guerra se vence com soldados, canhões, estratégia, boas alianças, propaganda, dinheiro. Repito aqui constatações conhecidas da sabedoria convencional. Sob outro ângulo, no período da descolonização (o pós-guerra) apareceu o dito: “A guerra nas colônias se ganha nas metrópoles”.
Não era só aquilo posto acima, havia mais. De outro modo, em muitas ocasiões a guerra se vence sobretudo nos embates da opinião pública. Assim foi com os Estados Unidos, perderam a guerra do Vietnam nas suas grandes cidades. De quase nada adiantou o poderio técnico e o heroísmo dos soldados nos campos de batalha do sudeste asiático. Assim foi com a França. Assim foi com a Inglaterra.
Napoleão Bonaparte punha outro fator na dianteira: “Raramente tirei a espada, porque ganhava as batalhas com os olhos e não com minhas armas”. Era a presença do Corso, e nela o olhar, galvanizando as energias dos batalhões que então se lançavam com frequência irresistivelmente ao ataque. Mudou a história da Europa, até do mundo. Em geral para o mal, infelizmente.
Sun Tzu, quatro séculos antes de Cristo, ensinou em “A Arte da Guerra”: “Os que conseguem que se rendam impotentes os exércitos inimigos sem lutar, são os melhores mestres da arte da guerra. Um verdadeiro mestre das artes marciais vence forças inimigas sem batalha, conquista cidades sem assediá-las. A vitória completa se produz quando o exército não luta, a cidade não é assediada”. Curto, a guerra se ganha ou se perde no dinamismo das convicções e propensões interiores, antes que nas armas.