Nazismo e comunismo, verso e reverso da mesma medalha

02/04/2019 0 Por Carlos Joaquim
Recente declaração do chanceler Ernesto Araújo de que o nazismo e o fascismo são resultados de fenômenos de esquerda, bem como a tentativa frustra de refutação pela “DeustcheWelle” — versão de seu site em português do dia 28 de março — traz à baila um assunto tratado pela mídia com parcialidade e superficialidade.
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Dentro do molejo férreo de uma lógica simplista, como afirmava Plinio Corrêa de Oliveira, se, de um lado está o comunismo, com tanta razão comparado ao anti-Cristo, do lado oposto estaria o nazifascismo. Com efeito, entre 1929 e 1947 ele publicou, no jornal “O Legionário”, nada menos que 2.936 artigos contra o nazismo e o fascismo, nos quais mostra a afinidade profunda entre as doutrinas ateias e totalitárias do nazifascismo e comunismo.
Afirmar, como o fez a emissora “DeustcheWelle”, que as falas de Ernesto Araújo vão contra o consenso acadêmico sobre o tema é o mesmo que fraudar a verdade histórica, é cair no molejo férreo de lógica simplista.
Assim “O Legionário”, de 27-8-1939, estampava o acontecimento daqueles dias, ou seja, o Pacto Ribbentrop-Molotov“Toda a orientação política de ‘O Legionário’ girou sempre em torno da convicção central e fundamental de que entre o nazismo e o comunismo a aparente oposição se resolvia, em última análise, em uma mal disfarçada solidariedade”.
Aproveito para ressaltar de passagem que Plinio Corrêa de Oliveira, pelo que me consta, foi o único articulista que a História registrou a prever o Pacto Ribbetrop-Molotov, o qual deixou estupefata a opinião mundial. Portanto, a “DeustcheWelle” não faz senão repetir uma balela midiática, velha de 80 anos, ao afirmar existir um consenso acadêmico sobre o tema, isto é, o nazismo seria de direita.