
“O que vemos é uma história onde em muitos momentos as populações substituem outras, a migração acontece numa escala dramática numa altura em que o clima mudava radicalmente”, afirma David Reich, geneticista da Universidade de Harvard e principal autor do estudo publicado na revista Nature.
“Nesta cultura os primeiros exemplos de arte e música, como as pinturas das grutas de Chauvet em França ou flautas feitas de ossos, estão associados”, explica-nos Manuel Gonzalez Morales, investigador da Universidade de Cantábria e coautor do estudo.
Depois da última Idade do Gelo, a população volta novamente a expandir-se para o norte da Europa, recuperando o território perdido e substituindo os seus antepassados.
A última invasão
Há 14 mil anos atrás, outra população chega do oriente próximo e domina e substitui grande parte dos povos anteriores. Esta “última onda” identificou-se a partir dos restos de um homem caçador encontrado em Villabruna em Itália.
A marca genética deste grupo perpetuou-se durante milénios e por exemplo o homem caçador de La Brana de Leon em Espanha, que viveu há 7.000 anos, é parente deste grupo. Os genes de La Brana indicam que o homem tinha pele escura e olhos azuis.
“Este trabalho mostra que os primeiros indivíduos com genes de pele clara viveram há 13.000 anos com a chegada dos primeiros agricultores do Médio Oriente. Quando começa o período Neolítico, a pele clara é muito mais comum”, revela o investigador da Universidade de Cantábria.
Por outras palavras, todos os europeus tiveram a pele escura durante a maior parte da sua história.