Opinião | Notre Dame de Paris, a luz e as chamas

Opinião | Notre Dame de Paris, a luz e as chamas

11/05/2019 0 Por Carlos Joaquim
O tempo longínquo em que a reforma litúrgica imposta pelo Concílio Vaticano II encontrava adeptos ardentes, a celebração da Missa foi adquirindo um tom festivo, com canções novas e sermões otimistas exibidos em meio a representações cênicas deploráveis. Tudo sob medida para a Missa perder seu conteúdo de mistério.
Com um grupo de amigos da TFP francesa, íamos à Missa dominical em Notre Dame de Paris. Um velho cônego da Catedral, hostil à reforma pós-conciliar, celebrava a Missa de acordo com Ordo tradicio0al, que São Pio V estabelecera durante o Concílio de Trento, como forma de combate ao laicismo protestante. Disposições pós-conciliares relegaram o Ordo de São Pio V à categoria de cerimônia apenas tolerada, e a nossa Missa em Notre Dame tinha que ser celebrada às oito horas da manhã, “escondida” num altar lateral. Nessa hora quase não havia frequentadores ou visitantes da catedral, mas o que certos hierarcas temiam era a força da tradição.