SELO: Novo diplomata da Embaixada da Arábia Saudita em Maputo explora funcionários*

30/10/2018 0 Por Carlos Joaquim
Escrevo em nome dos funcionários contratados localmente pela Embaixada da Arábia Saudita em Maputo, exactamente para expor e pedir socorro sobre o sofrimento que temos passado com o actual chefe da missão, neste caso o Embaixador, que antes da sua vinda à Moçambique, a embaixada estava sob comando dum encarregado de Negócios que por sinal era um verdadeiro líder diplomata, não só pela sua forma solidária de trabalhar, mas também pela seu carinho, motivação e respeito com os trabalhadores.
Passam aproximadamente 3 meses desde a chegada do novo diplomata, onde achávamos que as coisas podiam melhorar, mas tristemente o ambiente mudou por completo, actualmente vivemos momentos péssimos onde um funcionário está sujeito assumir 3 tarefas fora daquilo que foi contratado, para depois receber como recompensa, palavras da espécie de ingratidão, como exemplo disso, um colega que foi contratado para a função de motorista, que depois de certo tempo passou assumir mais uma outra tarefa como segurança, e outro caso, é dum colega que é responsável pela manutenção eléctrica, que depois foi imposto também a assumir a tarefa de jardinagem, depois de ter sido expulsa inocentemente e sem indemnização a pessoa que cuidava da área.
A embaixada funciona com apenas 2 agentes de serviços, sendo elas jovens de sexo feminino, elas cuidam da limpeza de todos os departamentos da embaixada, para além também de serem serventes das refeições, e no final do dia são obrigadas a irem tomar conta da residência do embaixador e sem respeitar o horário de saída (9h-16h), que consequentemente uma delas acabou cancelando os seus estudos.
Sem me esquecer de focar a parte mais importante, desde que ele chegou fala repetidamente que não gostou da equipe que foi contratada localmente, que por essa razão ja expulsou inocentemente 5 funcionários sem nenhuma indemnização. A ideia dele é trazer pretextos de modo a despedir a todos nós e sem indemnização, ou por outra, nos sobrecarregar com diversas tarefas até o ponto de desistirmos, mas tudo isso para fugir das indemnização.
São várias lamentações, mas prefiro parar por aqui convidando e implorando a quem de direito para intervir este novo modelo de escravatura que estamos a sofrer em pleno século XXI.
Poderia até mencionar o meu nome, mas pelo medo de passar a mesma barbaridade que foi submetida ao Jornalista Jamal Khashoggi, prefiro me manter anonimato.
Dos escravos da Embaixada da Arábia Saudita em Maputo.
* Título da responsabilidade do @Verdade e texto publicado anonimamente a pedido dos autores
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique